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A organização de um grupo naturista no Estado do Amazonas será sempre uma jornada de muita paciência, cautela e coragem na propagação dos ideais do Naturismo, uma tarefa de no mínimo médio prazo, tempo que acredito ser o necessário para que o brutal processo moralista (de uma falsa moral) da colonização seja amenizado, ou pelo menos que a tolerância pela nudez coletiva, afastada das atividades sexuais e exibicionistas, seja compreendida em seus dignos propósitos. O retorno de uma cultura indígena e original é tarefa para algumas décadas dentro deste legado amazônico. A primeira reunião deste que atualmente é o único grupo naturista do Norte do Brasil aconteceu no dia 25 de julho de 2003. A gênese deste grupo naturista, no entanto, é anterior a esta data.

O ano de 1990 seria a cronologia mais correta para pensarmos no começo desta luta que acarretará na formação de um grupo nudista no Amazonas. Em termos pessoais tudo começa com as minhas atividades culturais no movimento anarquista em Manaus, onde editava de forma totalmente artesanal o informativo libertário “Bakuníndio”, recebendo através de correspondências e pacotes, várias revistas, jornais e livros de teor anarquista publicados no Brasil e no mundo, tendo contato com o importante grupo anarquista de São Paulo, o Centro de Cultura Social. Até hoje possuo minha “mala preta anarquista”, cheia destes documentos daquele período. Pois foi justamente num destes informativos anarquistas que apareceu uma matéria sobre nudismo no Brasil, e a matéria vinha acompanhada de uma foto em branco e preto de uma família naturista que brincava à beira de uma praia. Fiquei curioso, pois não recordava de atividades nudistas no Brasil naquela época, tudo era novidade para mim. De curioso passei a ficar entusiasmado, pois no final do artigo constava o contato para quem desejasse receber maiores informações sobre o naturismo praticado no Brasil.

Escrevi para o endereço solicitando ajuda para que informassem sobre a existência de outro(s) naturista(s) no Estado do Amazonas, alguém que como eu estaria disposto a organizar um grupo de Naturismo local. Os responsáveis por aquela matéria (que não recordo quem eram seus autores, provavelmente da praia do Pinho, lembrem que o ano era 1990!) retornaram com a valiosa informação sobre as atividades e o contato do GRUNAPA (Grupo Naturista do Pará), para onde remeti uma carta solicitando informes sobre algum naturista que poderia estar passando uma temporada ou mesmo viver no Amazonas. Qual foi minha surpresa quando eles confirmaram que possuíam um único contato do Amazonas, o de Edval, e que estavam enviando o número da caixa postal deste naturista que já havia visitado áreas naturistas no Rio de Janeiro e São Paulo, e que para minha grande alegria morava em Manaus. Mandei uma carta para o Edval e em pouco tempo recebi a resposta dele, que realmente demonstrava o mesmo interesse e entusiasmo que também me conduziam para formar um grupo naturista em Manaus. Depois de algumas conversas onde trocamos várias idéias sobre qual seria o melhor caminho para a criação deste grupo de Naturismo em nossa cidade, resolvemos que faríamos algumas tentativas de arregimentar candidatos a este pretenso grupo naturista pioneiro no Amazonas através de anúncios nas páginas de classificados de um importante jornal de Manaus. Somente após 4 ou 5 tentativas obtivemos o resultado esperado para começarmos nossa aventura gratificante que hoje tem o nome de Graúna-AM, grupo naturista conhecido por todos os naturistas brasileiros que acompanham a luta da FBrN para a consolidação do ideal naturista em nosso país, de forma séria e oficial.

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